O rap de maquiagem

O rap de maquiagem

 Por Gustavo Monteiro

 2010-12-01 18:00 

O rap brasileiro não tem campo somente para os homens. Cada vez mais as mulheres estão transformando suas angústias e protestos em letras, nesse estilo musical que mistura ritmo e poesia. Expostas a preconceitos diversos, as novas rappers brasileiras reivindicam seus direitos em músicas que expressam revolta e indignação.  

Dina Dee foi um expoente dessa nova safra do rap tupiniquim. Branca, filha da periferia de São Paulo, teve sua mãe assassinada dentro de casa. Com uma vida cercada de violência, a rapper tomou o rap como a melhor saída para sua dor, fazendo música de qualidade, tendo seu trabalho reconhecido por grandes nomes do estilo musical como o Racionais MC’s. Dee faleceu no dia 19 de abril deste ano, vítima de uma infecção hospitalar, ao dar a luz ao seu segundo filho, deixando aberta uma trilha de possibilidades para as mulheres do rap.

Mas não é só do gueto que vivem as rappers. Lurdes da Luz, codinome de Luana Dias, nasceu no centro de São Paulo e faz um hip-hop influenciado pelo afrobeat. Em suas canções, ela propõe uma mistura inusitada: letras românticas com batidas do rap. Em entrevista à Rolling Stones Brasil, Lourdes explica: “Acho muito importante falar de amor dentro do rap. Além disso, acredito ser superficial a forma como o tema é abordado na cultura popular, seja no pagode ou no funk”.

Outro exemplo da força da mulher no rap é a diva soul americana Ms. Lauryn Hill, que esteve em BH este ano. Vocalista da formação original da banda de mega sucesso internacional Fugees, Lauryn conquistou o mundo com sua voz rouca e seu tom de rebeldia. Não foi à toa que seu primeiro cd solo The Miseducation of Lauryn Hill (A Falta de Educação de Lautyn Hill, em português), só na primeira semana de estréia, em 1999, vendeu mais de 400.000 cópias e rendeu à cantora 5 grammys.

 

Veja Mais:

Dina Dee – Mente Engatilhada

Lurdes da Luz – Andei

Lauryn Hill – Lost Ones